quarta-feira, 5 de março de 2008

PALAVRAS (Sylvia Plath)


Golpes
De machado que fazem soar a madeira,
e os ecos!
Ecos partem
Do centro como cavalos.

A seiva
Jorra como lágrimas, como a
água lutando
Para repor seu espelho
Sobre a rocha

Que cai e rola,
Crânio branco
Comido por ervas daninhas.
Anos depois as encontro
Na estrada —

Palavras secas e sem rumo,
Infatigável bater de cascos.
Enquanto
Do fundo do poço estrelas fixas
Governam uma vida.

Um comentário:

Marcso disse...

Fantastica a descrição de uma natureza sendo assassinada e de como é triste sua morte.