sexta-feira, 29 de maio de 2009

A JAULA (Alejandra Pizarnik)


Lá fora faz sol.

Não é mais que um sol

mas os homens olham-no

e depois cantam.


Eu não sei do sol.

Sei a melodia do anjo

e o sermão quentedo último vento.

Sei gritar até a aurora

quando a morte pousa nua

em minha sombra


Choro debaixo do meu nome.

Aceno lenços na noite

e barcos sedentos de realidade

dançam comigo.Oculto cravos

para escarnecer meus sonhos enfermos.


Lá fora faz sol.

Eu me visto de cinzas

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